CENSO 2010
Abastecimento d´água deixa de fora 22,8% dos cearenses
17.11.2011

Mais de um quinto dos domicílios cearenses não contam com a rede de abastecimento para obter água tratada

Fortaleza. O relatório conclusivo do Censo Demográfico de 2010 aponta que o Ceará apresenta 77,2% de domicílios com abastecimento de água. Com isso, 22,8% (538.727) deixam de contar com água tratada pela rede pública de abastecimento. O acesso ao recurso é oferecido também por poços artesianos.

Segundo a pesquisa, 75,3% de imóveis são abrangidos com serviços públicos de destino final dos resíduos sólidos, quer com coleta regular, quer com o uso de veículos para as ações de limpeza. O resultado da pesquisa foi divulgado, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No âmbito local, do total de 2.365.276 domicílios cearenses pesquisados, 171.284 não tinham banheiros ou outros tipos de esgotamento sanitário, o que corresponde ao não atendimento de 7,2% dos imóveis.

Disparidade

No tocante ao esgotamento sanitário e água tratada, há uma disparidade considerável da Capital com relação ao interior. Verificou-se que somente Fortaleza detém 952.905 domicílios, do total de 2.365.276 imóveis no Estado, sendo que desse total 858.504 unidades estão ligadas à rede geral de distribuição de água tratada.

Na questão do destino final dos resíduos sólidos, há uma predominância dos lixões disparada sobre os aterros sanitários. No entanto, há ainda a prática de queima de lixo pelos moradores da zona rural. Do total de imóveis pesquisados, identificou-se que 1.781.998 domicílios no Ceará contam com algum tipo de destino final de lixo, sendo que 1.442.083 dos imóveis contam com coleta de caçamba, 339.915 por caçamba em serviço de limpeza e 583.278 por outros (incluindo queima de resíduos).

A melhor cobertura encontra-se na Capital. Dos 912.165 domicílios, 839.871 têm o lixo retirado por caçambas, 72.293 por caçambas em lixo e 40.741 por outros meios, inclusive a queima dos resíduos.

No Brasil, 82,9% dos domicílios eram atendidos por rede geral de abastecimento de água em 2010, um incremento de 5,1 pontos percentuais em relação a 2000. Na área urbana, o percentual passou de 89,8% para 91,9%, ao passo que na zona rural, subiu de 18,1% para 27,8%. Este avanço ocorreu em todas as regiões, embora de forma desigual. Sudeste e Sul continuaram sendo, em 2010, as regiões que tinham os maiores percentuais de domicílios ligados à rede geral de abastecimento de água (90,3% e 85,5%, respectivamente), em contraste com o Norte (54,5%) e Nordeste (76,6%) que, apesar dos avanços, continuaram com os percentuais mais baixos.

A expansão da rede geral de abastecimento de água se deu de forma significativa em direção às áreas rurais. No Sul, a proporção de domicílios rurais com abastecimento por rede passou de 18,2% em 2000 para 30,4% em 2010.

No Nordeste, o crescimento foi ainda maior (18,7% e 34,9%, respectivamente, quanto aos anos 2000 e 2010).

Por fim, em relação ao saneamento básico, embora a proporção de domicílios adequados (ligados à rede geral de esgoto ou fossa séptica, abastecidos por rede geral de água e com lixo coletado direta ou indiretamente por serviço de limpeza) tenha subido de 56,5% em 2000 para 61,8% em 2010, nas cidades menores (com até 5 mil habitantes), não chegava a 1/3 (30,8%), enquanto nas maiores (mais de 500 mil habitantes) era 82,5%.

Entre 2000 e 2010, a proporção de domicílios cobertos por rede geral de esgoto ou fossa séptica (consideradas alternativas adequadas e esgotamento sanitário) passou de 62,2% para 67,1% em todo o País. O mesmo se deu em quatro das cinco regiões, com exceção da Norte, onde o aumento de 2,0 pontos percentuais na área rural (de 6,4% em 2000 para 8,4% em 2010) não foi suficiente para compensar a queda de 6,1 pontos percentuais ocorrida nas áreas urbanas (de 46,7% para 40,6%). O Sudeste continuou sendo a região do País com as melhores condições, passando de uma cobertura de 82,3% dos domicílios, em 2000, para 86,5%, em 2010.

Lixo queimado

O grande percentual de lixo queimado não é uma exclusividade do Ceará. Em relação às demais formas de destino do lixo, há melhoras em 2010, principalmente nas áreas rurais, porém, a dificuldade e o alto custo da coleta do lixo rural tornam a opção de queimá-lo a mais adotada pelos moradores dessas regiões. Essa alternativa cresceu em torno de 10 %.

Até 2014, os Municípios brasileiros deverão apresentar um planejamento para criação ou consórcios de aterros sanitários, com fins de destino final dos resíduos sólidos.

MAIS INFORMAÇÕES

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Avenida 13 de Maio, Nº 2901
Telefone: 3464-5343

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
MARCUS PEIXOTO – Repórter
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1070982

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