Fortaleza As áreas degradadas do Riacho do Cachimbo, no perímetro urbano da cidade de Guaiuba, estão ganhando vida novamente. Depois de ter sofrido durante décadas pela ação do homem, a mata ciliar do manancial está sendo recomposta.
Aproximadamente 70% das duas mil mudas de espécies nativas que a Prefeitura Municipal recebeu da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), no mês passado, já foram plantadas. A expectativa é de que o restante seja plantado até o próximo dia 15 de maio.
Conforme o secretario Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de Guaiuba, José Roberto Gonçalves, o rio, que nasce na Serra da Aratanha e deságua no sistema Pacoti-Riachão, corta o Centro da cidade e os bairros Pinheiro e 17 de Março, onde moram cerca de 1.500 pessoas.
A degradação do manancial, segundo ele, começou há cerca 50 anos, quando a população do lugar começou a crescer. “Não havia abastecimento de água e os esgotos domésticos acabavam sendo lançados no rio, bem como lixo. Grande parte das árvores nativas também foi desmatada para a construção de casas”, explica o secretário, dizendo que, atualmente, boa parte do entorno do manancial são terrenos de propriedade particular.
“Mesmo assim, as mudas estão sendo plantadas nessas áreas. A receptividade dos proprietários em relação ao projeto está sendo boa. Até agora, ninguém se recusou a receber as plantas”, completa.
Espécies
Catingueiras, sabiás, goiabeiras, mangueiras, aceroleiras, cajueiros, jaqueiras, ateiras, ypês, cedros e moringas estão entre as espécies doadas pela Semace. Após o plantio de todas as mudas, a Secretaria Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de Guaiuba fará um trabalho de conscientização junto à comunidade. “Estamos estudando o método. Talvez entregaremos panfletos nas residências ou reuniões nos bairros. O importante é que todos preservem o espaço quando todas as mudas estiverem lá”, fala o secretário.
Todos os dias, segundo o secretário José Roberto Gonçalves, uma equipe da Secretaria de Infraestrutura de Guaiuba é deslocada ao Riacho do Cachimbo para plantar as mudas.
Na opinião dele, a recomposição da mata ciliar do rio contribuirá sensivelmente para a contenção do assoreamento do leito do manancial, havendo a geração de micro clima, oferta de ar puro, retorno de parte da fauna, além da beleza natural proporcionada pela vegetação. “As árvores são fundamentais para o curso d´água”, destaca.
Embora não tenha sofrido tanto quanto o Riacho do Cachimbo, há previsão de que um trabalho semelhante seja realizado no Rio Guaiuba. De acordo com o secretário José Roberto, a expectativa é de que os próprios moradores plantem em torno de 1.500 mudas no perímetro urbano do manancial.
Campanha
Ele destaca a importância da campanha “Plante uma Árvore. Semeie esta Ideia”, lançada em fevereiro deste ano pelo Grupo Edson Queiroz para tornar Fortaleza mais arborizada. Na opinião de José Roberto, a iniciativa incentiva empresários e gestores públicos sobre a necessidade de valorizar o meio ambiente.
“Qualquer atividade humana sempre causa um impacto no meio ambiente. Por isso, toda iniciativa que venha minimizar esses impactos é bem vinda. Tenho certeza de que a campanha ´Plante uma Árvore. Semeie esta Ideia´ já está mobilizando várias pessoas”, ressalta.
Escola se destaca por ações ambientais
Fortaleza Conhecida no Município de Guaiuba por desenvolver ações voltadas ao meio ambiente junto aos estudantes e à comunidade, a Escola de Ensino Fundamental Maria de Lourdes Pereira, no Distrito de Baú, deve receber da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, ainda nesta semana, 300 mudas de plantas nativas, que serão doadas a alunos e moradores.
A previsão é de que as mudas sejam entregues no próximo mês. A diretora da instituição, Maria de Fátima Pires, informa que o evento deve contar com uma caminhada para conscientizar a população sobre a importância de plantar e proteger as árvores. Como forma de incentivo, algumas mudas serão plantadas em praças do distrito.
A escola Maria de Lourdes Pereira começou a se destacar em Guaiuba quando, no ano passado, desenvolveu o projeto Baú Ecolegal, que surgiu com o intuito de despertar nos estudantes e na comunidade do Distrito Baú o amor e o cuidado que os cidadãos devem ter pelo meio em que vivem. O principal foco do projeto, que acontece dentro do Programa Agrinho, do Governo do Estado, é a coleta seletiva.
Gincana
Conforme a diretora Maria de Fátima Pires, a escola realizou uma gincana que abrangeu diversas atividades, dentre elas a arrecadação de garrafas pet, tampinhas de plástico e latinhas de metal. “Em 15 dias de coleta, conseguimos encher dois caminhões. Tudo foi destinado ao processo de reciclagem”, conta, dizendo que, até mesmo um desfile em que alunas usavam roupas ecológicas, foi realizado. Neste ano, a previsão é de que uma nova gincana aconteça em agosto. Desde a implantação do Baú Ecolegal, de acordo com Fátima Pires, a escola disponibiliza coletores para que o lixo continue sendo separado e os materiais reciclados. “Todos são engajados e levam o exemplo para casa. Os pais deles acabam sendo influenciados”, ressalta.
A diretora informa que, em 2011, uma das professoras da escola recebeu um prêmio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) pela sua experiência pedagógica. “Foram cinco professoras escolhidas no Ceará. Ela ficou em terceiro lugar por desenvolver ações dentro do projeto Baú Ecolegal”, lembra.
Mais informações
Prefeitura Municipal de Guaiuba
Secretaria de Educação – Guaiba/CE
Telefones: (85) 3376.1018/
3376.1017
FONTE: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE – RAONE SARAIVA
ESPECIAL PARA O REGIONAL – 25.04.2012
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1130425