Agência Brasil | 18h44 | 26.07.2012

Sem chuvas regulares desde o segundo semestre do ano passado, os estados do Nordeste contabilizam perdas na agricultura e na pecuária. No Ceará, houve redução de 87% na safra de grãos de 2012, em comparação com 2011.

De acordo com o Comitê de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do estado, 162 dos 184 municípios cearenses tiveram perda de mais de 50% na produção de grãos.

Outro setor que vem sofrendo as consequencias da estiagem prolongada é a pecuária. Sem chuva, os pastos secaram e falta alimento para os animais. Os mais prejudicados são os pequenos produtores que praticam a pecuária semiextensiva. No Ceará, o volume de chuvas entre os meses de março e junho no semiárido foi, em média, 47% menor que em 2011 e os pastos secaram.

No Nordeste

Desde setembro de 2011, não chove regularmente no Semiárido nordestino. A seca atual já é considerada a pior dos últimos 30 anos e atinge cerca de 8 milhões de pessoas na região, de acordo com dados do Ministério da Integração Nacional. Um total de R$ 2,7 bilhões foram liberados pelo governo federal para serem aplicados em ações emergenciais para amenizar as consequências da estiagem.

Na Bahia, a produção do leite já apresenta queda de quase um terço, representando diminuição de 1,5 milhão de litros por dia. Produtores de Pernambuco também enfrentam perdas.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) avalia que a pecuária de corte, além das perdas da pecuária de leite, dá sinais fortes de redução de oferta de animais para abate. A previsão é que, em 2013, haverá uma menor oferta de bois prontos para o abate, devido à antecipação de animais que só seriam ofertados no próximo ano.

A Faeb estima ainda perda significativa nas safras de feijão e milho, por falta de condições de plantio. O prejuízo é sentido também nas culturas permanentes, a exemplo da cacauicultura e da fruticultura.

Em Pernambuco, as perdas na produção de carne chegaram a R$ 824 milhões, além de mais R$ 32 milhões na pecuária de leite, entre os meses de março e abril, totalizando R$ 856 milhões, de acordo com dados da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco. A estimativa de perda de peso dos animais nesses três meses é de 30% para os bovinos e de 15% para os caprinos e ovinos.

Bolsa Estiagem

Atualmente, cerca de 700 mil agricultores distribuídos por 800 municípios nordestinos recebem recursos do Bolsa Estiagem, que paga R$ 400,00 a cada família, em até cinco parcelas.

FONTE: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE – 26.07.2012

http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=342515&modulo=971

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