Presidente do Comitê ressaltou a necessidade de promover a inclusão de diversos grupos sociais nas discussões de recursos hídricos

O presidente do Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Salgado (CSBH Salgado), Wyldevânio Vieira, foi o convidado na última segunda-feira (3) do canal Eu Cuido de Rios. Baseado no Rio de Janeiro, o canal virtual é uma iniciativa do Doutor em Engenharia Civil e Segurança Hídrica Nelson Reis, que visa fomentar a troca de informações sobre gestão das águas, promovendo entrevistas com personalidades ligadas ao tema. Na ocasião, o representante cearense falou sobre projetos de cunho educacional que estão sendo desenvolvidos pelo CSBH Salgado e destacou a experiência de gestão exitosa do Estado.

Wyldevânio relembrou sua trajetória até chegar à presidência do Comitê, cargo que ocupa há cerca de um ano e meio. Além disso, ele atualmente também é secretário geral do Fórum Cearense de Comitês de Bacias Hidrográficas – FCCBHs. Apresentando as áreas de atuação dos CBHs, o presidente destacou a parceria com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – Cogerh, que atua como Secretaria Executiva dos comitês.

A partir de discussões no XII Encob (Encontro Nacional de Comitês de Bacia Hidrográfica), realizado em 2019 em Foz do Iguaçu – PR, Wyldevânio relata que a necessidade de inclusão social nos comitês foi evidenciada e despertada. “Se faz muito necessária a participação dos jovens nos comitês de bacias”, relata, reforçando ainda necessidade de uma maior participação feminina e de grupos como indígenas e quilombolas. “Os comitês, afinal, são um espaço representativo da sociedade”, afirma.

No CSBH Salgado, estão sendo criados núcleos voltados para os jovens, visando promover a participação em universidades e dando origem à grupos de estudos sobre recursos hídricos. Wyldevânio colabora com o desenvolvimento de estudos sobre materiais educativos que vão desde o ensino fundamental até a universidade, analisando a presença do tema água e gestão nos materiais.

“Nós temos uma câmera técnica mais especificamente sobre educação, e a partir desse resultado vamos produzir um conteúdo que possa ser abordado em sala de aula”, relata Wyldevânio. “Os professores estão aptos para falar sobre H2O, mas não sobre gestão de recursos hídricos, e isso não é culpa deles. Vamos fornecer um subsídio para isso, através da parceria com as universidades e outras instituições, para capacitar os professores”, explica.

Está prevista ainda a implementação de um curso de especialização na Universidade Regional do Cariri, que seria voltado primariamente para os membros do CBH, parceiros das instituições e membros da Cogerh também. Além de estimular a produção científica através da publicação de um livro com artigos científicos, Wyldevânio projeta a realização de um documentário audiovisual na ocasião dos 20 anos do comitê.

Gestão Nacional e o exemplo cearense

Nelson Reis, integrante do Fórum Fluminense de Comitês de Bacias Hidrográficas (FFCBHs) e representante no Colegiado Coordenador do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (FNCBHs), comentou da experiência local e nacional de gestão e educação, mencionando também um movimento contrário ao novo Marco Legal do Saneamento Básico.

O presidente do CSBH Salgado ressaltou o modelo de gestão exemplar do Ceará ao combater a seca no estado e prevenir um colapso no sistema hídrico, operação guiada pela Secretaria de Recursos Hídricos – SRH e suas vinculadas, incluindo a Cogerh. Sobre a transposição do Rio São Francisco, Wyldevânio celebra a chegada das águas como um alívio, mas lembra que é uma água cara, que precisa de uma discussão aprofundada da distribuição e uma gestão eficiente.

“Que seja uma destinação que não priorize apenas a indústria o comércio e o agronegócio, mas que priorize o pequeno agricultor, a agricultura familiar, o produtor rural, pois isso provoca uma transformação social”, enfatiza o presidente.

A transmissão completa pode ser acessada aqui.

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