A iniciativa, que visa transformar Luis Eduardo Magalhães no primeiro município brasileiro com 100% de APPs regularizadas, realizou curso de plantio mecanizado de florestas e criou rede de coleta de sementes

Neste mês membros da diretoria da Conservação Internacional (CI-Brasil), do Instituto Lina Galvani, juntamente com o prefeito e a secretária de Meio Ambiente de Luis Eduardo Magalhães (LEM), na Bahia, reuniram-se para discutir os avanços dos seis primeiros meses da campanha LEM APP 100% Legal.

A campanha, que se iniciou em agosto do ano passado, ajuda com apoio técnico e científico os produtores rurais e as comunidades tradicionais que voluntariamente queiram restaurar suas Áreas de Proteção Permanente (APPs) degradadas. As APPs são áreas de vegetação nativa à beira de rios, nascentes, veredas e topos de morro, que devem ser preservadas por lei. A campanha LEM APP 100% Legal é uma iniciativa do Programa Produzir e Conservar, uma parceria entre a CI-Brasil e a Monsanto.

André Guimarães, diretor-executivo da CI-Brasil, disse durante o encontro que a iniciativa deve se transformar num grande programa de pagamento por serviços ambientais. Já para o prefeito Humberto Santa Cruz, hoje o município é conhecido nacionalmente pelos projetos ambientais que desenvolve e tem sido referência para outras cidades do Brasil.

Segundo Georgina Cardinot, gerente do Programa Cerrado/Pantanal da CI-Brasil e uma das coordenadoras da campanha, na reunião foi feito um plano de trabalho para as próximas ações e discutiu-se como informatizar a Secretaria de Meio Ambiente de LEM para agilizar os processos de licença ambiental, além da entrada de novas parcerias para as atividades.

Entre as principais ações desenvolvidas nos primeiros seis meses estão dois módulos do Curso de Técnicas em Restauração Ecológica de Áreas Degradadas, que ensina aos produtores locais a técnica de plantio mecanizado de florestas para a restauração de APPs.  Também foi criada a Rede de Coletores de Sementes, que vai melhorar a renda de famílias locais. Os agricultores participantes recebem por quilo de sementes arrecadadas. O preço de cada quilo depende do tipo de semente e da dificuldade de ela ser encontrada.

A secretária de Meio Ambiente de LEM, Fernanda Aguiar, diz que é um grande desafio juntar ecologia com economia, o que está sendo feito com o pagamento de sementes coletadas pelos pequenos produtores da agricultura familiar.

“Algumas famílias chegaram a quadriplicar a sua renda mensal com a coleta de sementes”, ressalta Georgina.  “A campanha também valorizou o Cerrado para as pessoas que não entendiam o seu valor, e a população local também começou a pensar sobre economia verde”, conclui.

As sementes coletadas serão utilizadas para a restauração de áreas degradadas principalmente de APPs localizadas dentro de propriedades particulares.

Desafios

Georgina afirma que o trabalho que a organização, por meio do Programa Produzir e Conservar, vem desenvolvendo na região está ajudando a quebrar muitos entraves existentes entre os produtores rurais, as ONGs ambientais e o setor público. “Está sendo um incrível aprendizado para nós, neste ano que completamos 25 anos”, afirma.

Para as próximas atividades da campanha estão previstas a terceira etapa do Curso de Técnicas em Restauração Ecológica de Áreas Degradadas, em maio, a capacitação da Rede de Coletores e participações nos trabalhos em campo.

FONTE: Conservação Internacional (CI-Brasil)

http://www.conservation.org.br/noticias/noticia.php?id=580

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *